quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Como perder o título em dez jogos
Como destruir uma chance de título que parecia tão certo na galeria do Palmeiras? O Verdão conseguiu isso. Mesmo estando cinco pontos a frente do São Paulo e outros 12 do Flamengo, o time sucumbiu à pressão de ser líder e não soube segurar o posto. A derrota por 2 x 0 para o Grêmio, todavia, expõe uma nova fraqueza: o destempero.
E, aos que rotulam Obina e Maurício como únicos culpados, é bom voltar no tempo. Durante a derrota para o Flamengo (2 x 0, em São Paulo), o goleiro Marcos atirou contra os companheiros, por erros de marcação e posicionamento. Desde então, virou rotina entrevistar o camisa 12, maior ídolo do clube, para colher declarações que estamparão as páginas de jornais no dia seguinte.
Continuando. Há uma semana, o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo deu uma insana entrevista, dizendo que, caso encontrasse Carlos Eugênio Simon na rua, daria umas porradas no árbitro gaúcho. Descontrolado, Belluzzo pegou nove (exagerados) meses de suspensão no STJD.
Depois do presidente, vem (em menor escala) o técnico, ao dizer que não sente a pressão e sempre trabalha melhor em situações assim. É verdade: no São Paulo, Muricy engrenou após as crises, mas lá e cá são lugares diferentes. O elenco são-paulino não dava pintas de que estava rachado, como aparenta estar este palmeirense.
A briga entre Maurício e Obina é apenas o apogeu de um problema que já havia começado há muito tempo. Soma-se a ele a chegada de Vágner Love a preço de ouro, as frustrações vividas por Diego Souza com a camisa da Seleção Brasileira, as contusões de Pierre e Cleiton Xavier, o rombo financeiro na qual o Palmeiras se meteu (deve R$ 10 milhões para a Traffic, sua "parceira"), os tropeços para Avaí, Náutico, Coritiba, Sport...
É assim que se destrói um campeão brasileiro. Ressalto que a culpa, em menos escala, é de Muricy Ramalho, que talvez tenha se precipitado em assumir o Palmeiras um mês após deixar o São Paulo. Os jogadores, que não corresponderam ao incondicional apoio da torcida, e a diretoria, que age mais emocionalmente do que racionalmente, são os quem devem responder.
FOTO: GAZETA PRESS
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