quarta-feira, 30 de setembro de 2009
O retrógrado futebol brasileiro
Primeiro, a informação: a Rede Globo de Televisão pretende pôr fim aos pontos corridos no Campeonato Brasileiro. Com problemas de audiência e a falta de jogo no meio de semana, a "Plim-Plim" sonha com a volta dos torneios mata-mata, o que alavancaria a audiência da emissora, na visão de seus administradores mais antigos. Leia mais no Blog do Paulo Calçade.
A proposta é a seguinte: os quatro melhores colocados disputariam semifinais e finais a partir de novembro, para decidir quem será campeão brasileiro. Os dois primeiros colocados do turno garantem duas vagas na Libertadores. As outras duas vagas seriam do campeão e do vice-campeão brasileiro. Caso os times se repitam, os próximos colocados herdariam o posto.
Se isso realmente acontecer, será um retrocesso inimaginável para o futebol brasileiro. Depois de ceder às pressões e adotar um sistema única de disputa, o futebol brasileiro pode voltar aos tempos em que cada campeonato tinha um formato. Isso, do ponto de vista da credibilidade, destrói o avanço do futebol nacional.
Os times passam a não depender de sua organização, e sim de uma pitada de sorte. Os clubes também não tem a garantia de jogar durante a temporada inteira, e podem ser forçados a encerrar suas atividades dois ou três meses antes do fim do Brasileiro. Além disso, o público - que já se acostumou com a fórmula - corre risco de diminuir sua presença nos estádios. Fora a questão da justiça: o campeão é sempre o melhor time quando o campeonato é por pontos corridos.
Ao invés de pensar numa inversão de calendário ou adequação ao futebol europeu, a CBF e a Globo planejam mudar a cara do Campeonato Brasileiro, justamente agora que o torcedor acostumou-se com o torneio.
Se isso acontecer, seria uma pena.
domingo, 20 de setembro de 2009
Ah, o se...
Ah, o se...
Certa vez, em 2002, Ricardinho tentou conter o favoritismo do São Paulo no Campeonato Brasileiro. "O se não existe no futebol. Se minha avó fosse homem, eu teria dois avôs", disse o camisa 10.
O São Paulo não foi campeão. Perdeu para o Santos. Sem o se.
Pois bem.
Sete anos depois, novamente o se volta a fazer parte das discussões do futebol.
SE o São Paulo tivesse ganho do Santo André, seria o líder isolado do Brasileirão.
SE o Inter não tivesse perdido para o Vitória, teria no mínimo mantido a vice-liderança.
SE o Corinthians não tivesse tomado 4 a 1 em casa, encostaria no G4 e entraria na briga pela taça.
SE o Grêmio tivesse vencido cinco míseros pontinhos fora de casa, brigaria pela liderança.
SE o Fluminense... não, espera um pouco. Esse, nem o se salva!
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Ronaldo e Romário: a eterna dúvida sobre quem foi o melhor
Comparações são sempre injustas com aqueles que fazem parte dela. Pelé ou Maradona? Ayrton Senna ou Michael Schumacher? Michael Jordan ou Kobe Bryant? Hortência ou Paula? André Agassi ou Pete Sampras? A definição de quem é melhor é bastante pessoal e cada analista tem seus critérios para decidir.
A comparação entre Romário e Ronaldo abrange tudo isso. Os dois são certamente os maiores craques que o Brasil produziu nos últimos anos. São goleadores. Jogaram na Europa. Voltaram ao Brasil. Foram protragonistas em títulos mundiais pela Seleção Brasileira. E também companheiros.
Tentarei aqui mostrar uma análise detalhada sobre a carreira dos dois, apesar de Ronaldo ainda estar em atividade. A análise será fria e no fim (apenas no final) mostrarei minha opinião sobre o assunto.
1. Seleção Brasileira
Romário defendeu a camisa da Seleção por 14 anos, entre 1987 e 2001 (sua despedida oficial foi em 2005, mas apenas uma partida). Foram 85 partidas e 71 gols marcados, o que lhe garante o posto de segundo maior artilheiro do Brasil, atrás apenas de Pelé. Conquistou a Copa do Mundo de 94, duas Copas América (89 e 97) e a Copa das Confederações de 97.
Vídeo 1: Maiores dribles da carreira de Ronaldo
Ronaldo foi jogador da Seleção por 12 anos, entre 1994 e 2006. Foram 97 partidas e 62 gols marcados, sendo assim o quarto maior artilheiro da história da Seleção, atrás também de Zico. Venceu duas Copas do Mundo (94 e 2002), duas Copas América (97 e 99) e uma Copa das Confederações (97), além da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 96, em Atlanta.
Os dois foram brilhantes na Seleção, mas Ronaldo leva vantagem, apesar de ter marcado menos gols. Romário sempre deixará a imagem - para mim - de que poderia ter sido maior com a camisa do Brasil. Foi cortado da Copa de 98 e sacado por Felipão do grupo de 2002. Seu mau relacionamento com Vanderlei Luxemburgo o tirou também da conquista da Copa América de 99.
A exceção de 2006, Ronaldo quase sempre foi o grande nome da Seleção desde que virou titular. Foi protagonista tanto em 98, quanto em 2002. No Mundial da Alemanha, se apresentou fora de forma, mas foi um dos mais lúcidos do time nos últimos jogos. Por causa dos problemas no joelho, não jogou na Seleção entre 2000 e 2001, o que poderia ter aumentado sua marca na equipe.
2. Europa
Os dois jogaram nos mesmos clubes, mas o futebol europeu nunca cativou Romário como encantou Ronaldo. O Baixinho defendeu PSV (HOL), Barcelona (ESP) e Valencia (ESP). Só não fez chover pelas três equipes e sempre foi artilheiro por onde passou. Marcou gols antológicos, como no chapéu em cima de Maldini e nas entortadas na zaga do Real Madrid, nos tempos de Barcelona. Mas nunca pareceu se envolver com o futebol estrangeiro.
Vídeo 2: Ronaldo, o Fenômeno
Vídeo 3: Romário, o Rei do Gol
A trajetória de Ronaldo foi diferente. O Fenômeno também iniciou sua trajetória com as camisas de PSV e Barcelona, mas também defendeu equipes como Inter de Milão (ITA), Real Madrid (ESP) e Milan (ITA). Ganhou títulos por onde passou, apesar de nunca ter vencido a Liga dos Campeões (Romário também não a ganhou).
O que pesa contra Ronaldo é o fato de ter defendido rivais tanto na Itália quanto na Espanha. As torcidas de Inter e Milan não sabem direito o que pensar sobre o camisa 9, assim como os fanáticos de Barça e Real. Fez história em todos os clubes, mas poderia ter deixado uma imagem melhor.
Já Romário é adorado por todos os torcedores do Barcelona, que sempre o colocam como um dos maiores jogadores que já vestiu a camisa barcelonista. No PSV, o Baixinho é lembrado também pelas baladas, mas muito por causa dos jogos que decidiu. No Valencia, ficou pouco tempo, mas também goza de muito prestígio.
Vídeo 4: Os 11 maiores gols de Romário
A vantagem de Ronaldo no futebol europeu é pela longevidade no Velho Continente. O Fenômeno viveu seu auge (apesar da contusão) na Europa, enquanto Romário preferiu viver no Brasil enquanto era o Melhor Jogador do Mundo.
3. Brasil
Aqui, Romário ainda é imbatível. Jogou por Vasco (clube que o revelou), Flamengo e Fluminense. Agora, vai vestir a camisa do América-RJ durante a segunda divisão do Campeonato Carioca. Sua popularidade no Rio de Janeiro é imensa. Tanto que o Baixinho é um dos maiores artilheiros do Flamengo, além de ídolo incontestável do Vasco. Dos grandes, só não defendeu o Botafogo.
Vídeo 5: Romário no Barcelona
Vídeo 6: Ronaldo no Real Madrid
Romário também teve oportunidades para jogar em outros centros. Quase foi para o Palmeiras em 2002. O Corinthians tentou contratá-lo em 2005, assim como o Santos. Mesmo não tendo jogado em nenhuma outra cidade brasileira fora o Rio, Romário é respeitado por todas as torcidas.
Este tipo de respeito é o que fez Ronaldo voltar ao futebol brasileiro. Revelado pelo Cruzeiro, o Fenômeno ensaiou uma volta ao Flamengo, mas acertou com o Corinthians. Hoje é o maior ídolo do Timão, muito por causa dos títulos paulista e da Copa do Brasil. É respeitado, mas ainda precisa comer muito feijão para chegar à idolatria de Romário.
4. Juntos
Foi sem dúvida a melhor dupla de ataque que já vi jogar, tanto com a camisa da Seleção Brasileira quanto com a de clubes. Romário e Ronaldo jogaram juntos por um pequeno período, entre o início de 97 até a Copa do Mundo de 98. O Baixinho se machucou às vésperas do torneio e o Brasil ficou desfalcado.
Vídeo 7: Os melhores momentos da dupla!
Com o camisa 9 e o camisa 11 em campo, o Brasil disputou dois torneios. Foi campeão nos dois: Copa América 97 e Copa das Confederações 97. Ambos fizeram um ataque completo, que alterna uma técnica apuradíssima e um faro de gol incrível.
Ronaldo era quem se movimentava mais, enquanto Romário ficava mais parado. Os dois tinham tudo para sacramentar a dupla com a conquista do Mundial de 98, mas uma contusão impediu o Baixinho de disputar a Copa.
A última partida dos dois juntos foi em 99, num amistoso entre Brasil e Barcelona, que terminou empatado em 2 a 2. Ronaldo marcou um dos gols, após passe de Romário. O entrosamento era o mesmo, após um ano sem jogarem juntos. Craques são diferenciados.
5. Análise
Brevemente, preferiria ter Ronaldo em meu time. É goleador, craque e se contunde menos que Romário (se contundia, pelo menos). Romário é brilhante, mas decidiu se reclusar no Rio de Janeiro, o que, em minha visão, prejudicou o crescimento de sua carreira. Dizem ter sido o maior centroavante que o mundo já viu, mas poderia ter sido ainda maior caso não insistisse em jogar até os 41 anos ou administrasse melhor sua carreira.
Na minha lembrança, Ronaldo será sempre o maior artilheiro que vi em campo.
sábado, 12 de setembro de 2009
Confiança é tudo
Após anos brilhantes no Atlético-PR, Dagoberto se machucou em 2004 e perdeu toda a confiança de jogar na Arena da Baixada. Três anos depois, fez bico e conseguiu uma transferência milionária para o São Paulo. No Morumbi, encontrou Muricy Ramalho e um time aparentemente montado, além da expectativa - exagerada - de ser o craque do time.
Passou 2007. Passou 2008. E o início de 2009. E parecia que Dagoberto ainda não havia estreado pelo Tricolor. Brilharecos seguidos de partidas bastante ruins. O banco de reservas virou comum. Qual seria a explicação? Mas as coisas, como dito há posts atrás, mudam.
Muricy saiu e veio Ricardo Gomes, treinador que conhecia Dagoberto desde a Seleção sub-23, em 2004. E, sabendo da qualidade do comandado, o colocou para jogar. Como titular absoluto. Não perderia espaço e teria a sonhada seqüência de jogos. Foi o começo da explosão.
Dagoberto virou um outro jogador desde o dia 22 de junho, quando Ricardo Gomes apareceu pela primeira vez no Centro de Treinamento do São Paulo. Virou goleador. Assistente. O craque que o time precisava, ainda mais na ausência de Rogério Ceni. O atacante ganhou a confiança necessária que faltava para explodir de vez no Morumbi.
Coisa que, nos tempos de Muricy Ramalho, nunca teve. A confiança.
Ah, como faz a diferença no futebol...
FOTO: VIPCOMM
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Os 23 de Dunga
Um dos méritos de Dunga é definir com praticamente nove meses de antecedência a maioria dos convocados para a Copa de 2010. Agravantes inesperados, como contusões, podem fazer com que a lista mude, mas a base é esta. Em uma prévia análise, faltam: o terceiro goleiro, um lateral-esquerdo, dois volantes, um meia e dois atacantes.
Goleiro
Júlio César é o titular com todos os méritos. É o melhor goleiro do mundo na atualidade, sem dúvida. O seu reserva é Victor, goleiro de boas atuações e que ganhou Dunga. O problema é quem será o terceiro. O favorito parece ser Gomes, mas Renan (Valencia-ESP), Doni (Roma-ITA) e até Marcos (Palmeiras) podem pintar.
Lateral-direito
Aqui, não há dúvida. Maicon e Daniel Alves são os únicos que agarraram a chance com a camisa 2 e merecem muito a posição. Azar de Cicinho e outros, que passaram por ali, mas não agarraram a chance como deveriam.
Zagueiro
Vários garantidos também. Se não houver problema físico, acredito no quarteto Lúcio, Juan, Luisão e Miranda. Destes, quem mais corre risco de ficar fora é Juan, pois vive machucado. O seu lugar pode ser ocupado por Thiago Silva (Dunga o adora) ou Alex Silva (idem ao anterior).
Lateral-esquerdo
André Santos teve uma chance de ouro na Copa das Confederações e a agarrou com muita personalidade. Merece o lugar, ao menos por enquanto. Seu reserva, todavia, é uma incógnita. Kléber voltou a jogar bem e pode voltar, por ter a confiança da comissão técnica. Marcelo, ainda muito jovem, parece imaturo para assumir um espaço na Seleção. Gilberto foi muitas vezes convocado, mas perdeu espaço.
Volante
Gilberto Silva é o queridinho e não sei de lá. Ponto final. Felipe Melo foi o grande achado da posição e deve seguir o mesmo caminho até o final da Copa. Na reserva, restam duas vagas. Josué foi mais vezes convocado, mas ainda não emplacou. Mineiro perdeu espaço e ficou esquecido. Os jovens Lucas, Anderson, Hernanes e Denilson são os favoritos para as outras duas vagas, ainda abertas. Até Richarlyson pode pintar. Acho que Renato, do Sevilla, merecia ao menos uma chance.
Meia
Kaká é o camisa 10 e grande estrela da constelação. Sua presença é até mais importante do que a de Dunga. Seu reserva, porém, é outro problema a ser resolvido. Diego é o mais indicado, mas não goza da confiança do chefe. Melhor para Júlio Baptista. Só uma temporada brilhante do ex-santista na Itália pode sensibilizar Dunga. Nas outras duas vagas, Elano e Ramires devem ser os escolhidos, até pela produtividade.
Atacante
A dupla Robinho e Luís Fabiano é intocável, ao menos por enquanto. O camisa 9 marcou 19 gols na era Dunga, o que o credencia a ser o titular absoluto. Seu reserva, a princípio, segue indefinido. Adriano, Nilmar, Alexandre Pato e Ronaldo brigam pelo lugar. Se continuar marcando gols no Flamengo, vai Adriano. Assim, o reserva de Robinho seria... Nilmar. Dunga não vê em Pato um jogador pronto para a Seleção principal. Já Ronaldo... bem, não duvidem!
Brasil favorito, Argentina decepção, Espanha e Inglaterra garantidos
Agora, o Brasil tem 33 pontos e aumentou mais sua liderança nas Eliminatórias. O Paraguai, outro classificado, venceu a Argentina por 1 a 0 e complicou ainda mais a vida da Seleção de Diego Maradona. O ex-craque argentino, por sua vez, garantiu que não pedirá demissão.
"Não tenho medo das críticas, não tenho medo de ninguém. Faço meu trabalho, tenho meu time e vou seguir adiante. Enquanto tiver uma gota de sangue vou lutar para que a Argentina se classifique. Não estamos fora da Copa. Temos uma chance", disparou Maradona, ao final da partida. Porém, ele teme a repescagem. "Esta é a realidade que temos e temos que enfrentá-la. Nós tivemos que ir a Austrália em uma repescagem e ninguém morreu".
Mais classificados!
Enquanto isso, na Europa, Inglaterra e Espanha garantiram suas vagas. Os ingleses seguiram 100% nas Eliminatórias e golearam a Croácia por 5 a 1. O italiano Fabio Capello, apesar da fama de retranqueiro, soube fazer o English Team praticar um futebol ofensivo e brilhante. Destaques para Gerrard, Lampard e Rooney, enquanto Beckham é apenas reserva.
A Copa do Mundo começa a se desenhar, mas alguns favoritos temem em ficar fora. A Argentina não é a única que pode ficar fora do Mundial. Apesar de ter menos força que nossos hermanos, Portugal também corre risco. O time de Pepe, Deco e Liédson venceu a Hungria por 1 a 0, e segue com chances. Caso contrário, Cristiano Ronaldo e sua marra passarão longe da África do Sul...
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Há 19 anos...
Há 19 anos, Edir Macedo assumia o controle da Rede Record de Televisão.
Há 19 anos, Nélson Mandela era libertado, após 28 anos, na África do Sul.
Há 19 anos, Fernando Collor assumia a presidência do Brasil.
Há 19 anos, a Miss Universo era a norueguesa Mona Grudt.
Há 19 anos, o Iraque invadia o Kuwait.
Há 19 anos, o Brasil era tricampeão mundial.
Há 19 anos, Pelé fazia sua despedida oficial, com 50 anos.
Há 19 anos, o São Paulo era bicampeão brasileiro e sequer havia vencido Libertadores ou Mundial.
Há 19 anos, era lançado o Super Nintendo, video-game que eternizou o bigodudo Mario.
Há 19 anos, o Líbano via o fim de uma Guerra Civil.
Há 19 anos, o mundo ainda vivia sob o trauma da Guerra Fria.
Há 19 anos, Kaká acabara de completar oito anos e não pensava em ser o Melhor Jogador do Mundo.
Há 19 anos, nasciam os laterais Rafael e Fábio, gêmeos que hoje defendem o Manchester United.
Há 19 anos, morria a modelo Adriana de Oliveira.
Há 19 anos, morria Luís Carlos Prestes, grande expoente do comunismo brasileiro.
Há 19 anos, quem também falecia era Cazuza.
Há 19 anos, a Copa do Mundo era transmitida por todas as emissoras de televisão.
Há 19 anos, as novelas Pantanal e Rainha da Sucata eram sucessos.
Há 19 anos, Ayrton Senna era bicampeão mundial de Fórmula 1.
Há 19 anos, o Criciúma (hoje na Série C) era campeão da Copa do Brasil. O técnico? Luiz Felipe Scolari.
Por fim: há 19 anos, Rogério Ceni treinava pela primeira vez com a camisa do São Paulo.
O tempo passa... mas algumas coisas seguem as mesmas.
Parabéns, capitão!
domingo, 6 de setembro de 2009
Brasil garantido na Copa 2010

Com show de Kaká e principalmente Luís Fabiano, a Seleção Brasileira passeou sobre a Argentina e venceu por 3 a 1, em Rosário, pela 15ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2010. O resultado garantiu o Brasil no Mundial da África do Sul e complicou a vida dos argentinos.
Com 30 pontos, os brasileiros têm somente jogos tranqüilos daqui para o frente, o que permitirá a Dunga fazer testes e mais testes na Seleção. O primeiro desafio é contra o Chile, que só toma goleada quando enfrenta a amarelinha, em Salvador. Depois, pega Bolívia, em La Paz, e Venezuela, possivelmente em Campo Grande.
Já os argentinos não sabem se dão risada ou choram. Enfrentam o Paraguai em Assunção, na próxima quarta-feira, e fecham sua participação das Eliminatórias contra o Uruguai, em Montevidéu. Ou seja: dois tropeços (possíveis!) e a vaga na Copa escorrerá por entre os dedos de Diego Maradona.
Diferenças!
Em campo, o Brasil mostrou porque é mais time que a Argentina, apesar de ser menos badalado. Os brasileiros formam um time, com jogadas ensaiadas e sabedoria para atacar e defender. Os argentinos, que não têm organização defensiva/ofensiva e não possuem conjunto, esperam que tudo saia do pé esquerdo de Messi. E ontem (hoje já é domingo) não saiu.
Esta é a diferença...
Justiça!
Justiça seja feita a Luís Fabiano. Enquanto muitos pedem a volta de Ronaldo ao posto de titular, o ex-centroavante de Ponte Preta e São Paulo sempre corresponde com a camisa 9. Fez gols contra o Uruguai, contra os Estados Unidos, contra a Itália e agora contra a Argentina. Sem contar os jogos mais fáceis...
Ele é o 9 que o Brasil precisa na Copa do Mundo.
FOTO: DIÁRIO OLÉ
sábado, 5 de setembro de 2009
Análise do Brasileirão - parte II
Depois dos paulistas, os cariocas serão analisados neste sábado. No entanto, pela ausência do Vasco, que disputa a Série B do Brasileiro, abordaremos também os times do Sul - Avaí, Atlético-PR e Coritiba - no post.
Confira a análise:
Atlético-PR
Contratações: Claiton (volante, sem clube), Rafael Miranda (volante, Atlético-MG), Paulo Baier (meia, Sport), Eduardo (atacante, Atlético-MG) e Alex Mineiro (atacante, Grêmio).
Saídas: Rafael Santos (zagueiro, Bologna-ITA), Antonio Carlos (zagueiro, Atlético-GO), Gustavo Lanzzaretti (zagueiro, Vitória de Guimarães-POR), Netinho (meia, dispensado), Rafael Moura (atacante, dispensado) e Jorge Preá (atacante, Palmeiras).
Análise - Apesar da campanha ruim, o Atlético-PR tinha em Antonio Carlos, Rafael Santos, Netinho e Rafael Moura uma base boa para brigar pela Sul-Americana. De uma hora para a outra, perdeu todos eles: três foram dispensados pela diretoria, enquanto Santos foi negociado. A diretoria trouxe Paulo Baier e Alex Mineiro, mas o elenco ainda carece de boas opções.
Avaí
Contratações: Douglas (zagueiro, Flamengo), Fabinho Capixaba (lateral-direito, Palmeiras) e Xaves (volante, Ituano).
Saídas: Odair (meia, Bahia), Ricardinho (meia, Vila Nova), Abuda (atacante, Brasiliense), Lima (atacante, Metalistic-UCR) e Rafael Costa (atacante, sem clube).
Análise - O Avaí ficou 11 jogos sem perder, muito por causa da manutenção do elenco. Os principais jogadores, como Marquinhos, Emerson e Luís Ricardo, foram mantidos, enquanto outras peças foram contratadas, como o zagueiro Douglas e o lateral Fabinho Capixaba. Além disso, conta com o bom trabalho de Silas. Ganhou mais opções e portanto ficou mais forte.
Botafogo
Contratações: Jéferson (goleiro, futebol turco), Michael (lateral-esquerdo, Dínamo de Kiev-UCR), Jônatas (meia, Flamengo), Lúcio Flávio (meia, Santos) e André Lima (atacante, São Paulo).
Saídas: Maicossuel (meia, Hoffenheim-ALE), Lucas Silva (meia, Bahia), Jean Carioca (meia, Ponte Preta) e Tony (atacante, Duque de Caxias).
Análise - Perdeu seu grande jogador, Maicossuel, mas foi buscar Lúcio Flávio no Santos. Ainda trouxe Jéferson para resolver os problemas no gol, o polivante Michael, ex-Palmeiras e Santos, além de Jônatas e André Lima. Ou seja, tem um elenco mais encorpado para o restante do Brasileirão. Ficou mais forte.
Coritiba
Contratações: Angelo (lateral-direito, Cruzeiro), Jeci (zagueiro, Palmeiras), Jailton (volante, Fluminense), Leozinho (meia, Icasa), Thiago Gentil (atacante, sem clube).
Saídas: Felipe (zagueiro, Standard Liége-BEL), Rodrigo Mancha (volante, Santos) e Marlos (meia, São Paulo).
Análise - O grande reforço foi a permanência de Marcelinho Paraíba, mas a grande dependência dele pode ser fundamental para a caída do Coritiba. Trouxe nomes como Thiago Gentil e Jeci, que são conhecidos, mas não tem atuações consistentes há um bom tempo. Perdeu jovens como Felipe, Rodrigo Mancha e Marlos, que seriam boas opções. Em resumo, ficou mais fraco.
Flamengo
Contratações: Alvaro (zagueiro, Internacional), David (zagueiro, Panathinaikos-GRE), Maldonado (volante, Fenerbahçe-TUR), Petkovic (meia, sem clube) e Denis Marques (atacante, sem clube).
Saídas: Ibson (volante, Spartak Moscou-RUS), Jônatas (meia, Botafogo), Emerson (atacante, Al Ain-CAT) e Josiel (atacante, sem clube).
Análise - Apesar das saídas de Ibson e Emerson, o Flamengo ficou mais forte graças às boas opções ganhas por Andrade. O zagueiro Alvaro e o volante Maldonado (foto, acima) foram os últimos contratados. Além disso, a diretoria trouxe David, ex-Palmeiras, e Denis Marques, novo companheiro de Adriano. Pode não brigar por título ou Libertadores, mas tem um elenco mais encorpado.
Fluminense
Contratações: Paulo César (lateral-direito, Toulouse-FRA), Gum (zagueiro, Ponte Preta), Urrutia (volante, LDU-EQU), Fábio Santos (volante, Lyon-FRA), Adeilson (atacante, Nice-FRA) e Roni (atacante, Santos).
Saídas: Eduardo Ratinho (lateral-direito, Santo André), Jailton (volante, Coritiba), Leandro Bonfim (meia, sem clube), Thiago Neves (meia, Al Hilal-EAU) e Everton Santos (atacante, sem clube).
Análise - Ficou mais forte, mas é um daqueles exemplos de que não adianta contratar. Pelo desempenho no primeiro turno, o Fluminense dificilmente escapará da Série B. Para o segundo turno, os cariocas apresentarão os veteranos Paulo César, Urrutia, Fábio Santos e Roni, além da promessa Gum. No banco, estará Cuca, que novamente chega às Laranjeiras como a esperança de evitar o rebaixamento. Conseguirá?
FOTO: VIPCOMM
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Balanço de Transferências

Começarei pelos paulistas.
Barueri
Contratações: Otacílio Neto (atacante, Barueri).
Saídas: João Leonardo (zagueiro, América-RN), Fernandinho (atacante, Hertha Berlim-ALE) e Pedrão (Al Shabab-CAT).
Análise - O Barueri ficou mais fraco. Perdeu o seu grande artilheiro para o mundo árabe e também viu seu melhor jogador deixar o clube antes do fim da competição. O sonho de surpreender e brigar por Libertadores ficou pelo caminho. Agora, o sonho é mesmo a Copa Sul-Americana.
Corinthians
Contratações: Edgar Balbuena (zagueiro, Libertad-PAR), Paulo André (zagueiro, Le Mans-FRA), Edu (volante, Valencia-ESP), Marcelo Mattos (volante, Panathinaikos-GRE), Defederico (meia, Huracán-ARG) e Bill (atacante, Bragantino).
Saídas: Wellington Saci (lateral-esquerdo, Atlético-MG), André Santos (lateral-esquerdo, Fenerbahçe-TUR), Cristian (volante, Fenerbahçe-TUR), Fabinho (volante, Cruzeiro), Douglas (meia, Al Wahda-CAT), Lulinha (meia, Estoril-POR), Acosta (atacante, Náutico) e Otacílio Neto (atacante, Barueri).
Análise - O Corinthians também perdeu força. E muita. Era o melhor time do Brasil por ter um lateral ofensivo e que sabia marcar, pela boa fase de um volante cuja raça e disposição impressionavam e por ter um camisa 10 na acepção da palavra. Perdeu tudo isso. De quebra, Ronaldo ainda se machucou e prejudicou os planos de Mano Menezes. Ainda bem que a Libertadores está garantida...
Palmeiras
Contratações: Henrique (lateral-direito, Ituano), Figueroa (lateral-direito, Colo Colo-CHI), Obina (atacante, Flamengo), Robert (atacante, América-MEX) e Vágner Love (atacante, CSKA Moscou-RUS).
Saídas: Fabinho Capixaba (lateral-direito, Avaí), Mozart (volante, Livorno-ITA), Evandro (meia, Atlético-MG) e Keirrison (atacante, Barcelona-ESP).
Análise - Líder do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras pode comemorar o fato de ter melhorado seu elenco na janela. Apesar de perder Keirrison para o Barcelona, trouxe Obina e repatriou Vágner Love. Ou seja, aumentou as opções de ataque. Contratou ainda dois laterais e se livrou de Fabinho Capixaba e Mozart. Por fim, trocou Vanderlei Luxemburgo por Muricy Ramalho. Isso que é upgrade.
Santo André
Contratações: Rogério (zagueiro, Bahia), Eduardo Ratinho (lateral-direito, Fluminense), Ávine (lateral-esquerdo, Bahia), Sidney (volante, Trofense-POR), Dionísio (volante, Santos), Camilo (meia, Cruzeiro) e Wanderley (atacante, Cruzeiro).
Saída: Dininho (zagueiro, sem clube).
Análise - Perdeu o bom trabalho de Sérgio Guedes para apostar em Alexandre Gallo, técnico de trabalhos instáveis e muitos problemas de relacionamento por onde passa (Santos, Inter, Bahia...). Com isso, perdeu a força que mostrou no início do Brasileiro. Trouxe alguns bons nomes, como Eduardo Ratinho e Wanderley, mas nada que o tirasse do cargo de coadjuvante.
Santos
Contratações: Sérgio (goleiro, Itumbiara), George Lucas (Celta-ESP), Rodrigo Mancha (volante, Coritiba), Emerson (volante, Milan-ITA) e Jean (atacante, Al Sharjag-CAT).
Saídas: Fabiano Eller (zagueiro, Internacional), Adriano (volante, São Caetano), Roberto Brum (volante, sem clube), Molina (meia, Seongnam Ilhwa-COR), Lúcio Flávio (meia, Botafogo), Bolaños (atacante, Internacional) e Roni (atacante, Fluminense).
Análise - Fez uma única boa contratação - George Lucas - e repatriou Emerson, mais pela grife do que pela fase atual. Ainda tem pérolas em seu elenco, como o veterano Sérgio (ex-Palmeiras) e o inconstante Jean (ex-Flamengo, Fluminense, Vasco e Corinthians). Perdeu nomes importantes, como Fabiano Eller, Molina e Roni. De quebra, recorreu aos trabalhos de Vanderlei Luxemburgo. Pode-se dizer que, se não piorou o que já tinha, também não melhorou.
São Paulo
Contratações: Adrián González (lateral-direito, San Lorenzo-ARG), Nelson Saavedra (zagueiro, Palestino-CHI), Rodrigo (zagueiro, Dínamo de Kiev-UCR) e Marlos (meia, Coritiba).
Saídas: Jean Rolt (zagueiro, Ponte Preta), Eduardo Costa (Monaco-FRA) e André Lima (atacante, Botafogo).
Análise - Trouxe um lateral-direito de origem, que mostrou qualidade e experiência que podem ser úteis. Garantiu a permanência de Rodrigo, recuperado de embolia, e trouxe Marlos, revelação do Coritiba. De quebra, perdeu Eduardo Costa, Jean Rolt e André Lima, que não farão falta neste momento. O maior reforço, porém, é a volta de Rogério Ceni. Ficou mais forte para o segundo turno.