quinta-feira, 30 de julho de 2009

Corinthians que não existe mais


O Corinthians não existe mais. Pelo menos não mais aquele time que venceu o Campeonato Paulista de forma invicta e a Copa do Brasil com brilhantismo, principalmente em jogos contra Fluminense e Internacional. A base daquela equipe foi vendida para o futebol europeu e agora, para remontar tudo, será muito complicado.

Os primeiros a saírem foram o lateral André Santos e o volante Cristian, comprados pelo Fenerbahçe (TUR). Depois, o lateral Wellington Saci foi emprestado ao Atlético-MG e o atacante Otacílio Neto, ao Barueri. O meia Douglas foi vendido ao Al Wahda, do Catar, enquanto o meia Lulinha foi emprestado ao Estoril (POR). Além disso, sofreu com a contusão do atacante Ronaldo, que o tirará dos gramados por oito jogos.

As negociações podem não parecer significativas, mas trazem à tona a constatação de que o Corinthians tinha um grande time, mas não um grande elenco. A diretoria ainda caiu no erro de vender dois laterais-esquerdo e dois meias. Ou seja, vendeu o titular e o reserva. E o planejamento da Libertadores?

Na lista de reforços, trouxeram o volante Edu (totalmente diferente de Cristian) e o atacante Bill, do Bragantino. Pouco para quem quer manter a sina de conquistas. Falta ainda um lateral-esquerdo (Sylvinho é o preferido) e um meia de criação, jogador praticamente raro nos dias atuais.

Da noite para o dia, o Corinthians deixou de ser um time de futebol altamente competitivo para virar "businnes", como bem descreveu o diretor de futebol Mário Gobbi. Tá certo, o futebol pode até ter virado businnes. Mas a torcida corintiana não quer nem saber se este ou aquele saiu. A cobrança será a de quem venceu os três últimos títulos que disputou.

Azar de quem vendeu.

sábado, 25 de julho de 2009

Palpites - 14ª rodada do Brasileirão


Após desempenho pífio na última rodada (apenas quatro acertos em dez), o Blog do Borges tentará novamente arriscar os vencedores da 14ª rodada do Campeonato Brasileiro. Uma performance melhor, haja vista o fiasco de três dias atrás, é esperada.

Confira os palpites:

Grêmio x Santo André
Os gremistas não vencem fora de casa, mas contam sempre com o apoio de sua torcida para vencer no Olímpico. O Santo André, após um bom início, passa por reestruturação. Vitória do Grêmio de Souza e Paulo Autuori.

Botafogo x Internacional
É incrível. O Botafogo só tem uma jogada: Juninho cobra falta de qualquer lugar do campo. Ou a bola entra ou alguém aproveita o rebote do goleiro. É assim que o time carioca deve aumentar a crise do Internacional, já sem Nilmar e sem Guiñazu, suspenso. Vitória do Botafogo de André Lima (Meu Deus!!!).

Atlético-PR x Avaí
O Avaí tem quebrado muito jornalista com palpites, inclusive este que escreve. Ganha em casa e sempre dá trabalho fora. Fruto do bom trabalho de Silas no comando da equipe. Desta vez, acho que dá empate entre Rafael Moura (o He-Man) e William (ex-Santos).

Corinthians x Palmeiras
O jogo mais complicado para prognósticos. Timão sem André Santos, Cristian e talvez Elias e Douglas. Mas com Ronaldo. Palmeiras sem a invencibilidade e Muricy Ramalho, que acompanhará a partida das tribunas. Jogo digno para empate, ainda mais pela rivalidade.

Santos x Flamengo
"Professor" Luxemburgo estreou com vitória e deve colocar um time mais solto para pegar o Flamengo. Deve dar resultado. O time carioca, sem técnico e dirigente, conta só com os gols de Adriano. Não deve ser o bastante. Há mais de 30 anos sem vencer o Peixe na Vila, o Mengo deve cair. Vitória de Luxa... ops, desculpe: do Santos.

Atlético-MG x Goiás
Os mineiros ainda estão na liderança, mas quase perderam o fio da meada contra o Fluminense. Parece estar em decadência. Acho que o Goiás pode complicar a coisa aqui. Ainda mais depois de vencer o Palmeiras. Aposto em empate.

Sport x Náutico
O Sport manda em todos os torneios pernambucanos, mas no Brasileiro é outra história. Aqui, o mando de campo faz a diferença. E é por isso que vai dar... Sport, de Emerson Leão e Wilson.

Barueri x São Paulo
O Barueri não perda há 10 rodadas (cinco vitórias e cinco empates). O São Paulo não vence um jogo fora de casa desde 25 de março, quando fez 2 x 1 no Noroeste, em Bauru. Mesmo assim, acho que está mais para o Tricolor. Vitória paulistana.

Fluminense x Cruzeiro
Sem Fred, Tartá... o Fluminense deve penar e muito para deixar a zona de rebaixamento do Brasileiro. Esta partida será um grande exemplo. Em recuperação, o Cruzeiro deve se impor no Maracanã e fazer a festa da torcida. Vitória celeste.

Vitória x Coritiba
A grande esperança de Paulo César Carpegiani são os gols de Roger. Este é o problema. Mas, mesmo assim, acredito em vitória baiana. O Coritiba oscila demais fora do Couto Pereira.

O primeiro furo


O primeiro furo a gente nunca esquece...

Portuguesa contrata atacante Zé Carlos, do Cruzeiro, e aguarda por Athirson

O Portal Futebol Interior apurou com exclusividade mais um reforço da Portuguesa para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série B. Sem espaço no Cruzeiro, o atacante Zé Carlos deve ser apresentado pela Lusa na próxima segunda-feira.

"Ele não está feliz lá. Vai conversar com o Eduardo Maluf (dirigente do Cruzeiro) nesta sexta e deve conseguir a liberação. Entre o jogador e a Portuguesa, está tudo certo", garantiu o presidente Manuel da Lupa, ao Portal FI.

O atacante não virá para a Portuguesa por empréstimo. Zé Carlos está infeliz no Cruzeiro e rescindirá o contrato com o time mineiro. Com isso, o jogador ficará livre para assinar um compromisso válido até o final do Campeonato Paulista de 2010.

"Com a chegada dele, ficamos com um elenco muito forte. Ainda mais que ninguém vai sair antes do final da Série B", garantiu da Lupa, que ainda espera confirmar nos próximos dias o acerto com o lateral-esquerdo Athirson, também no Cruzeiro. Falta apenas a liberação para o lateral ser anunciado.

Zé Carlos ganhou notoriedade no futebol brasileiro quando vestiu a camisa do Paulista no início do ano. Oportunista, o atacante (que se destacou no Corinthians Alagoano) marcou dez gols no Paulistão e se transferiu logo após a competição para o Cruzeiro. Em Belo Horizonte, marcou alguns gols, mas sempre foi reserva da equipe.

FOTO: SITE OFICIAL DO CRUZEIRO

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Quem se sai melhor?


Flamengo, Fluminense, Palmeiras, Santos e São Paulo desistiram do planejamento estabelecidos pelas antigas comissões técnicas e apostaram em novos comandos para reverter a situação dentro e fora de campo. Destes todos, apenas o Rubro-Negro carioca ainda não definiu seu novo treinador.

Mas qual destes se deu melhor na troca de treinador. Quem deve engrenar? Quem deve, ao contrário, derrapar? Quem continuará na mesma? Lógico que é cedo para afirmar, porque todos os trabalhos estão em seu início, mas já é possível prever quais farão sucesso e quais serão agregados à lista de fracassos.

São Paulo
O primeiro a trocar de treinador foi o São Paulo, que demitiu Muricy Ramalho no dia 18 de julho, após a eliminação na Libertadores. Para o seu lugar, trouxe Ricardo Gomes. Em seis jogos pelo Campeonato Brasileiro, o novo treinador ostenta 44,4% de aproveitamento, com duas vitórias, dois empates e duas derrotas.

A troca são-paulina, acredito, foi mais pela postura de Ricardo Gomes (educado, bilíngue, culto...) do que pelo passado. Em seu último clube, Gomes foi 11º colocado no Campeonato Francês pelo Monaco. Seus únicos bons trabalhos foram pelo Juventude (7º colocado no Brasileiro de 2002) e pelo Bordeuax (campeão francês). E só. A troca foi necessária. A escolha foi ruim.

Palmeiras
Foi certamente o que se deu melhor. Deixou de lado as eternas crises e o salário alto de Vanderlei Luxemburgo para apostar no trabalho de Muricy Ramalho, que chega mordido graças à demissão do São Paulo. O Verdão, que já tinha um time para brigar pelo título brasileiro, deve ficar ainda mais forte.

Chama a atenção, também a parceria entre Muricy e o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo. Após longa negociações, os dois chegaram a um acordo e assinaram contrato até dezembro de 2010. A parceria pode render lucros no futuro do clube. Troca bem feita.

Santos
Se a goleada para o Vitória por 6 x 2 demitiu Vágner Mancini, a falta de opções fez com que o Santos acertasse o retorno com Vanderlei Luxemburgo. O presidente Marcelo Teixeira sondou Muricy, mas recebeu um não como resposta. Decidiu, então, reviver um passado com o treinador, campeão brasileiro em 2004 e bicampeão paulista entre 2006 e 2007 pelo clube.

Os tempos, porém, são outros. Robinho, Deivid, Ricardinho e Elano não estão mais na Vila Belmiro. Zé Roberto também não. O time está desunido e coleciona problemas para serem resolvidos. Luxemburgo terá trabalho, mas principalmente terá de mostrar que pode voltar a ser o melhor técnico do Brasil, o que já não é há quatro anos. Troca ruim.

Fluminense
Mais uma aposta com base no passado. Carlos Alberto Parreira não deu certo no clube e deu lugar a Renato Gaúcho, que incrivelmente só trabalha no Rio de Janeiro. Assim como Luxemburgo no Santos, o treinador precisará entender que o momento é outro. Vice-campeão da Libertadores no ano passado, Renato pega um time desunido e em crise e não deve fazer um trabalho conciso.

Mais: o jornalista Paulo Vinícius Coelho levantou os dados sobre as quatro passagens de Renatop Gaúcho pelo Fluminense. Em todas, o aproveitamento não ultrapassou os 55% dos pontos disputados. Ao contrário. Na maioria das vezes, o time ganhou entre 30% e 40% dos pontos. Aproveitamento pífio para um dos grandes do Brasil. Troca ruim.

FOTO: ASSESSORIA DO PALMEIRAS

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Palpites do Brasileirão


Chegou a hora do Blog do Borges começar a dar a cara para bater. Nesta quarta-feira, sete jogos abrem a 13ª rodada do Campeonato Brasileiro e, como todo jornalista que se preze, também darei meus palpites sobre os jogos deste meio de semana. No final, o blog fará um balanço de acertos e erros.

Confira os palpites:

Avaí x Grêmio
Em Florianópolis, o Avaí vem embalado por vitórias consecutivas sobre Goiás e Sport, ambas fora de casa. Mas, em casa, a coisa é diferente. Os comandados de Silas ainda não venceram diante de sua torcida e, por isso, aposto no Grêmio de Souza e Paulo Autuori. Embalado pela vitória sobre o rival Internacional, o Tricolor vence mais uma.

Santo André x Cruzeiro
O baque da perda da Libertadores continuará atingindo os cruzeirenses, que deve acumular mais um tropeço no Brasileirão. O Santo André faz boa campanha e, com time quase completo, deve complicar para a Raposa mineira. Vitória andreense.

Flamengo x Barueri
Tá certo, o time paulista está invicto há nove rodadas e vem de goleada sobre o Náutico, mas jogar contra o Flamengo é outra história. No Maracanã, o rubro-negro conta com o apoio de sua torcida e com a boa fase de Adriano, autor de sete gols em nove partidas desde seu retorno ao clube. Aqui, da vitória do Flamengo.

Santos x Atlético-PR
Vai ser suado, mas o Santos sairá da Vila Belmiro com a vitória na reestreia de Vanderlei Luxemburgo. O treinador adotará um esquema mais cauteloso, prestigiando sua defesa, mas não abdicará do ataque jogando em casa. A má fase do Furacão também colaborará. Vitória praiana.

Internacional x São Paulo
Os gaúchos vivem má fase, mas estão no G4. O São Paulo dá indícios de melhor futebol, mas não deixa os arredores da zona de rebaixamento. E mais: o Tricolor não vence como visitante desde 25 de março. Não tem como apostar em outro resultado: vitória do Internacional, com destaque para Nilmar.

Goiás x Palmeiras
Os goianos sempre fazem campanha considerável no Brasileirão, mas este ano sofrem com a irregularidade. Fora de casa, goleiam e fazem a festa. Dentro do Serra Dourada, viram presa fácil. A sina se manterá nesta quarta. Após anunciar Muricy Ramalho, o Palmeiras vencerá mais uma sob comando de Jorginho.

Náutico x Botafogo
O duelo do ruim contra o pior ainda. Ainda sem entrosamento entre os novos e os velhos jogadores, o Botafogo sofre dentro de campo, e por isso debe sucumbir perante à torcida do Náutico. Os pernambucanos vêm mordidos após a goleada sofrida para o Barueri, e vão se recuperar.

Coritiba x Sport
Jogando no Couto Pereira, o trio Marcos Aurélio, Ariel e Marcelinho Paraíba não deve decepcionar o técnico René Simões. Após bater o Grêmio de virada e empatar o clássico contra o Atlético-PR, o Coxa-Branca vencerá mais uma vez, agora contra o time de Emerson Leão.

Corinthians x Vitória
O Timão passará por uma reformulação nos próximos dias. Sem André Santos e Cristian, negociados com o Fenerbahçe (TUR), Mano Menezes conta com a boa fase de Ronaldo, que marcou cinco gols nos últimos dois jogos no Pacaembu (ainda fez um contra o Cruzeiro, em Belo Horizonte). Vitória alvinegra.

Atlético-MG x Fluminense
Líder do Brasileirão, o Atlético-MG tem a volta de Diego Tardelli para manter a má fase do Fluminense, que por sua vez tem a estreia de Renato Gaúcho e confia no artilheiro Fred, que coleciona mais cartões vermelhos do que gols em sua volta ao Brasil. Por tudo isso e pelo jogo ser no Mineirão, vai dar... Atlético-MG.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Volta ao passado


Fluminense e Santos demitiram Carlos Alberto Parreira e Vágner Mancini, respectivamente, mas não ficaram muito tempo sem treinador. Logo depois tomar 4 do Goiás, o Tricolor carioca fechou com Renato Gaúcho, velho conhecido da torcida. Mesmo expediente fez o Peixe, que confirmou o retorno do badalado Vanderlei Luxemburgo, demitido há três semanas pelo Palmeiras.

A solução encontrada pelas duas diretorias é tentar reviver o passado, bem diferente e mais glorioso do que o presente. Renato Gaúcho foi o técnico da conquista da Copa do Brasil, em 2007, e do vice-campeonato da Libertadores, um ano depois. Foi demitido pela péssima campanha no Brasileirão, dirigiu o Vasco e, desde dezembro, não trabalha como técnico.

O nome do ex-atacante polêmico de Flamengo, Grêmio, Botafogo e Fluminense não é unanimidade. Renato coleciona desafetos a rodo, e não tem a confiança da maioria da torcida. A Unimed - parceira do Flu - espera que o treinador repita o sucesso de antes. Mas um ano se passou e o time ficou pelo caminho. Pouco menos de 365 dias depois da perda da Libertadores, o Fluminense perdeu Gabriel, Thiago Silva, Júnior César, Ygor, Arouca, Cícero, Thiago Neves, Dodô e Washington. A campanha no Brasileiro atual (penúltimo colocado, com sete pontos) diz tudo. Renato terá muito trabalho pela frente.

Já Luxemburgo é de casa no Santos. Esta será sua quarta passagem (97, 2004, 2006-07 e agora 2009), só que certamente será a mais trabalhosa. Ao contrário dos outros anos, o treinador pega um Santos em crise e brigando para não cair no Campeonato Brasileiro. Além disso, a base do time já está formada, o que impede o "planejamento" tão ressaltado pelo comandante.

Sem Robinho, Deivid, Ricardinho, Zé Roberto e Kléber, Luxemburgo terá que calar a boca dos críticos e tentar reviver a carreira e o status de melhor técnico do Brasil. Mas começar um trabalho em meio a um campeonato não parece ter cara de Luxemburgo. O desafio será enorme, uma vez que o dinheiro para contratações, antes tão abrangente, está escasso.

FOTO: AGÊNCIA ESTADO

terça-feira, 14 de julho de 2009

A culpa não é só deles

Não é de hoje que se fala em supervalorização de técnicos no futebol brasileiro. Com a ausência de craques (os daqui estão na Europa), o futebol nacional ficou dependente das estratégias montadas pelos professores, que, vestidos com terno e gravata ou agasalho do clube, sempre acabam levando a culpa por insucessos dos clubes. Isso é covardia.

Veja os últimos exemplos, como Vanderlei Luxemburgo, Carlos Alberto Parreira, Muricy Ramalho e Vágner Mancini. De todos, o exemplo de Parreira é o mais elucidativo. Campeão do mundo em 94, ele é ligadíssimo ao Fluminense, tanto que aceitou dirigir o time na Série C, em 99, sendo campeão do torneio em seguida. Mas o que fizeram com ele em sua última passagem foi sacanagem.

Não é que a campanha não tenha sido ruim (8 vitórias, 9 empates e 7 derrotas em 24 jogos), mas parece que o único culpado é ele. O Fluminense não é um time autônomo. Depende, e muito, da Unimed, que acaba tomando as decisões que deveriam ser da diretoria. Faz contratações caras, gasta milhões para contratar jogadores de nome, e não dá valor aos que surgem nas categorias de base ou mesmo aos que já estão lá, roendo o osso.

Adianta pagar milhões para ter Thiago Neves por 3 meses? Adianta repatriar Fred, dar-lhe o maior salário do elenco (R$ 350 mil mensais) e querer que ele resolva sozinho? E os outros, como é que ficam? Sem planejamento nenhum, o Fluminense fica perdido dentro e fora de campo. É melhor abrir o olho, antes que o rebaixamento vire realidade. A culpa disso não é do Parreira, e sim da gestão de futebol.

Mesmo problema encontrado no Santos, que faz milagres para manter Fábio Costa e Kléber Pereira, repatria Lúcio Flávio, Fabão e Léo com salários altos e não dá respaldo a Vágner Mancini. O treinador tentou se impor, mas, quando quis afastar os "problemas", foi impedido pelo presidente Marcelo Teixeira. Agora, o dirigente deve torrar mais R$ 500 mil ou R$ 600 mil para trazer Vanderlei Luxemburgo ou Muricy Ramalho.

É por isso que dinheiro não resolve as coisas se for deixado na mão de quem não sabe administrá-lo. É como dar o prêmio da Mega-Sena na mão de um macaco: vira desastre total. Santos e Fluminense mostraram que não sabem valorizar o dinheiro que investem em seu time. O Flamengo também não sabe (paga R$ 360 mil para um descompromissado Adriano). Por isso, seguirão batendo cabeças antes de acertar a mão.

O segredo não é dinheiro. É bem mais simples que isso. É planejamento.

FOTO: RICARDO CASSIANO (LANCENET!)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O ano do Timão


Em 2007, parecia o fim de um dos clubes mais vitoriosos do país. O Corinthians foi rebaixado e teve um ano de provação na Série B. Mas aprendeu uma grande virtude: soube se planejar corretamente e montou um grande time, principalmente para os adversários que iria enfrentar durante todo o ano de 2008. Pouco mais de um ano depois, o Timão colhe os frutos de ter se planejado como devia.

Para começar, trouxe Mano Menezes, que já havia subido com o Grêmio. Contratou, entre outros, Alessandro, Chicão, William, André Santos, Fabinho, Douglas, Elias e Morais. Fez o que quis na Série B e foi campeão com uma campanha histórica. Em 38 jogos, foram 25 vitórias, 10 empates e somente 3 derrotas. O ataque balançou as redes 79 vezes.

Na virada do ano, o Corinthians contratou somente o necessário para voltar a figurar entre os maiores clubes do país. Manteve a defesa e contratou peças para reforçar o seu ataque, como Jorge Henrique, do Botafogo, e Souza, do Panathinaikos (GRE). Por fim, trouxe a cereja do bolo: Ronaldo Fenômeno.

Com tudo isso, o planejamento tornou-se perfeito. Foi campeão paulista invicto, o que não acontecia desde 1972, e venceu a Copa do Brasil, contra o aparentemente favorito Internacional. E mais: tem tudo para brigar pelas posições de cima no Campeonato Brasileiro.

O Corinthians chegará forte em 2010, ano do centenário. Reforços de peso serão contratados, como o lateral Sylvinho, o volante Edu e, por que não, o meia Deco. O time perderá mais jogadores, mas faz parte do processo de um time campeão. A conclusão é que, dois anos depois do acontecido, o rebaixamento foi sem dúvida a melhor coisa para o Corinthians.

FOTO: SÉRGIO CASTRO (AE)