terça-feira, 2 de junho de 2009

Paciência é uma virtude


Marlos viria para ser reserva do São Paulo. O espaço de organizador pertenceria ao primeiro craque que aceitasse. Juninho Pernambucano foi procurado. Alex, idem. Ronaldinho Gaúcho não passou de um delírio, enquanto Fernandão foi descartado no primeiro telefonema ao Catar. Sobrou, então, para o menino recém-saído das categorias de base do Coritiba.

Em seu primeiro jogo pelo São Paulo, Marlos arrebentou. Mesmo com um número reserva às costas (16), jogou futebol de titular. Mostrou habilidade nos passes, técnica na condução de bola, velocidade pelas laterais e, principalmente, a capacidade de organizar o jogo, algo que falta ao time robótico do São Paulo.

Dito isso, uma ressalva: muita calma, torcedor são-paulino. Não entre na onda da imprensa. Basta uma partida acima da média para transformar o cabeça-de-bagre em Pelé. O contrário também é verdadeiro: basta uma furada para fadá-lo ao fracasso.

Marlos é jovem (20 anos) e ainda tem muito a aprender. Não pode ser taxado logo de salvador da pátria. Tem que ser titular, mas precisa, antes de mais nada, ser preservado pela comissão técnica. Sorte do São Paulo é que Muricy Ramalho é quem comanda o time hoje.

O menino mostrou que pode muito bem se encaixar na equipe da maneira que ela precisar. Pode jogar aberto pelos lados, criando boas jogadas nas laterais. Pode também ser organizador e buscar o jogo no meio-campo. Como disse Muricy ao final da vitória sobre o Cruzeiro, por 3 a 0: "Ele não é nem um 8, nem um 10, muito menos um 9. Ele é 8,5".

Na seca em que estava o meio-campo do São Paulo, nada melhor do que um 8,5 para resolver o problema. Mas lembre-se, torcedor: antes de vaiá-lo, lembre que ele tem só 20 anos. Não era para ser ele o craque da vez.

FOTO: VIPCOMM

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